Em
1961, o presidente Jânio Quadros renunciou à Presidência da República, após
sete meses de governo. Pela via constitucional, quem deveria assumir o cargo e
completar o período presidencial era o vice, o João Goulart. Todavia, os
ministros militares opuseram-se ao seu retorno, gerando uma grave crise na
política nacional. O país quase entrou em guerra, pois o III Exército do Rio
Grande do Sul, juntamente com a campanha do governador Leonel Brizola, exigiam
o respeito à constituição e a posse de Jango. Finalmente, chegou-se a uma
solução de compromisso, onde ficou decidido que o vice governaria sob o regime
parlamentarista, ou seja, seu poder como presidente estaria subordinado ao
parlamento, ao Congresso Nacional. Somente em 1963 é que foi realizado um
plebiscito, no qual ocorreu o retorno ao sistema presidencialista.
O governo de Jango fora marcado pelo
gradativo afastamento do governo brasileiro da política norte-americana.
Diversos projetos reformistas foram elaborados visando concretizar o
desenvolvimento econômico e social do país. Os principais projetos de Jango
eram: a reforma agrária, a modificação radical na política sindical,
reformulação da estrutura educacional e bancária, transformações no sistema
eleitoral e tributário.
Com isso, a elite e os setores
conservadores da sociedade, como por exemplo, a Igreja Católica, espalharam a
idéia de que o país estava à beira de uma revolução comunista. Então, os
empresários e os militares começaram a planejar a deposição do presidente
eleito pelo povo. Portanto, com o apoio dos EUA, que emprestou dinheiro e armas
aos militares brasileiros, temerosos quanto a um possível avanço do comunismo
na América Latina, grupos civis e militares derrubaram o governo no dia 31 de
março de 1964.
No dia 15 de abril, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco
(1964-1967) foi nomeado Presidente da República, e passou a governar por
meio de atos institucionais (AI). Houve uma mobilização por parte dos militares
no sentido de reprimir os oposicionistas, e com isso, vários parlamentares
foram cassados; como por exemplo, os ex-presidentes João Goulart, Jânio Quadros
e Juscelino Kubitschek. Iniciou-se um período de incessantes prisões e casos de
tortura. Por meio do AI-2, Castelo Branco estabeleceu eleições indiretas para a
presidência e extinguiu os partidos políticos. E posteriormente, criou apenas
dois: a ARENA (Aliança Renovadora
Nacional), ligado ao governo; e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro),
da oposição.
No ano de 1967, com a nova constituição
em vigor, foi eleito presidente o general Artur
da Costa e Silva (1967-1969). Considerado o mais cruel e autoritário dentre
os militares, pertencente à “linha-dura”. Em 1968, ele editou o AI-5, e iniciou
um período marcado por mortes e repressão à população brasileira. Após o
discurso do deputado Márcio Moreira Alves, considerado desrespeitoso e
ameaçador pelos militares, o presidente decidiu fechar o Congresso Nacional e
aumentar seus poderes, justamente através do AI-8. Foi nesse momento que setores
da esquerda radical, optando pela luta armada, iniciaram uma fase de seqüestros
de embaixadores estrangeiros, trocando-os por presos políticos.
Os militares encontraram um forte
movimento oposicionista por parte dos estudantes universitários, que protestavam
contra o velho sistema de ensino e a falta de liberdade imposta pelo regime
político. No dia 28 de março de 1968,
a polícia entrou em confronto com os estudantes no Rio
de Janeiro, e provocou a morte de Édson Luís, gerando um forte descontentamento
da população diante da política agressiva dos militares. Os operários também se
mobilizaram, organizando greves importantes contra a política econômica adotada
pelos militares, como o arrocho salarial.
Após a morte de Costa e Silva, uma
junta provisória composta pelos ministros militares assumiu o governo,
impedindo a posse do vice, Pedro Aleixo. Em 1969 foi nomeado Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), que
iniciou um movimento no sentido de reprimir as manifestações de terrorismo. Com
isso, verificaram o aumento das práticas de tortura, e dezenas de mortes
ocorreram. Sem contar que a censura prévia aos veículos de comunicação se impôs
de uma forma ostensiva. Paralelamente ocorreu o chamado “Milagre Econômico”,
que culminou numa maior concentração de renda e, conseqüentemente numa elevação
da desigualdade social no país.
O
quarto general-presidente, Ernesto
Geisel (1974-1979), foi escolhido em janeiro de 1974 por um colégio
eleitoral composto por membros do Congresso Nacional e de delegados das Assembléias
Legislativas Estaduais. Geisel promoveu um discurso de posse prometendo
concretizar a abertura política de uma forma “lenta gradual e segura”. Todavia,
alguns ministros militares, considerados mais radicais pressionaram o
presidente para abolir o projeto de “distensão”.
Contudo,
o crescente descontentamento popular em relação ao regime, provocou uma
grandiosa derrota do partido do governo nas eleições de 1974 para o Congresso
Nacional. Então, temendo outra derrota fragorosa da ARENA nas eleições de 1978,
Geisel lançou o “Pacote de Abril”, e valendo-se do AI-5, fechou o Congresso e
passou a governar por meio de decretos.
No
entanto, tais medidas não conseguiram atemorizar a sociedade. Houve um maciço
avanço e fortalecimento da opinião pública, que passou a exigir de uma forma
veemente, a aceleração do processo de redemocratização do país. No meio
operário, a insatisfação acabou gerando mobilizações dentro das fábricas, nas
quais despontaram lideranças trabalhistas como Luis Inácio Lula da Silva. O
despertar da sociedade civil e sua mobilização em torno da bandeira da
redemocratização resultaram num significativo avanço no processo de abertura
política, fazendo com que Geisel afastasse os militares envolvidos nos casos de
tortura e de corrupção.
O
último general-presidente, João Batista
Figueiredo (1979-1985), continuou o projeto de “distensão”, iniciado no
governo anterior. Nesse momento, houve a revogação do AI-5 e também foi
aprovada a anistia aos envolvidos em crimes políticos. Sem contar que ocorreu
uma reformulação nos partidos políticos, onde foi criado o PDS (antiga ARENA);
o PMDB (antigo MDB); o PP, fundado pelo Tancredo Neves; o PDT, criado pelo
Leonel Brizola; o PT, sob a liderança do Lula; dentre outros.
A
partir da emenda do deputado federal do PMDB, de Goiás, Dante de Oliveira, que
tinha o objetivo de transformar em pleito direto as eleições indiretas de 1985,
teve início uma campanha, de forte caráter popular, pelas Diretas Já. Comícios e mobilizações públicas chegaram a reunir
centenas de milhares de pessoas, dando uma demonstração de que a sociedade
brasileira estava redescobrindo a intervenção na política. Todavia, o projeto
fora rejeitado pelo Congresso Nacional, devido à maioria parlamentar
comprometida com o regime. Porém, após a derrota das diretas, a maioria da
oposição concentrou suas forças no
colégio eleitoral que elegeu Tancredo Neves para presidente do Brasil, tendo
como vice o José Sarney. Foi o primeiro presidente civil após 20 anos de
intervenção militar no governo.
Amei,essa é a minha materia preferida
ResponderExcluirValeu pelo apoio minha querida. Tudo e bom para você! Bjs
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