quarta-feira, 4 de abril de 2012

Colônia e exploração, colônia de povoamento e Independência das Treze Colônias

Este texto é direcionado aos meus adoráveis alunos do 8º ano A da Escola Estadual Dinalva Maria de Souza, que ficaram com dúvidas a respeito dos modelos de colonização empreendidos pelos países ibéricos (Espanha e Portugal), e Inglaterra, em meados do século XVII. Portanto, espero esclarecer alguns questionamentos a respeito do assunto proposto.
Antes de qualquer coisa devemos analisar o significado histórico do termo colonização, que possui uma variante temática peculiar. Quando falamos de colonização, estamos nos referindo ao processo de dominação que um país exerce sobre o outro. Dominação essa que está relacionada ao aspecto político, uma vez que os países dominados não têm o direito de decidirem o destino da sua própria nação. No âmbito cultural, já que as tradições e características dos povos locais não são respeitadas, (como os indígenas brasileiros que foram obrigados a aceitarem a religião católica e o padrão de vida estabelecido pelos portugueses). E, principalmente, no aspecto econômico, pois todas as riquezas geradas pelos países dominados acabam sendo usurpados pelas nações colonizadoras. Portanto, vale destacar, que o processo de colonização apenas traz benefícios para uma parte, isto é, para os países dominantes. Em contrapartida, os países dominados acabam sendo manipulados e sofrendo com a fome, a pobreza e o descaso.

No que se refere aos dois modelos de colonização em destaque, devemos realçar suas diferenças. Uma delas, a colonização de povoamento, como a Inglaterra empreendeu nos territórios das treze colônias, hoje EUA, possui uma maneira diferente de exploração. Boa parte dos habitantes da Inglaterra no período, fugindo de perseguições religiosas, acabou indo morar nas treze colônias. Com isso, a região acabou crescendo de uma maneira significativa. Os ingleses não tinham apenas o objetivo de explorar o local, procuravam fazer com que o lugar crescesse.
Já no que se refere à colonização de exploração, sob o comando de Portugal e Espanha, existia apenas o interesse em retirar as riquezas que os países dominados produziam. Em outras palavras, eles criaram maneiras de se enriquecerem através da exploração. Todas as fontes de produção de matéria-prima, o pau-brasil, o ouro, a cana-de-açúcar, enfim, tudo que gerasse lucro, acabava sendo exportado para os países exploradores.
Vale destacar que no aspecto cultura e das tradições religiosas, na colonização de exploração houve um interesse muito maior, por parte dos países ibéricos (lembrando: países ibéricos significam Portugal e Espanha), em converter os nativos das regiões exploradas ao catolicismo. Por outro lado, na colonização de povoamento, os ingleses, ligados à religião protestante, não realizaram tal empreendimento.
Cabe ressaltar que os habitantes das treze colônias se acostumaram com o modelo de colonização estabelecido pela Inglaterra (só para lembrar: colonização de povoamento). Contudo, um acontecimento muito importante resultará na mudança de postura dos ingleses diante de suas colônias na América. Estamos falando da Guerra dos Sete Anos (1756-1763), onde os ingleses venceram, mas tiveram enormes gastos militarem com os conflitos. Com o objetivo de buscar uma compensação financeira, o parlamento da Inglaterra decidiu elaborar um conjunto de leis (conhecida como leis intoleráveis pelos habitantes das treze colônias) visando aumentar os impostos sobre as colônias da América. Logicamente que os colonos não aceitariam de uma forma pacífica o autoritarismo dos ingleses. A partir desse momento, os moradores das treze colônias decidiram lutar pela liberdade diante da Inglaterra. Liberdade essa defendida pelos iluministas franceses, cujas concepções filosóficas ultrapassavam a barreira do autoritarismo e da falta de livre-arbítrio.

“Todos os homens foram criados iguais e são dotados de certos direitos inalienáveis, entre os quais estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade”. (Thomas Jefferson, Declaração de Independência dos EUA)

Belo discurso do idealizador da Independência norte-americana, mas que na verdade não condiz com a realidade, pois a escravidão africana foi mantida por mais cem anos, os indígenas continuaram sendo explorados e as mulheres conquistaram o direito ao voto apenas no século XX. Portanto, o dia 4 de julho de 1776 (não se preocupem com datas), dia da independência dos EUA, significa o rompimento do domínio que os ingleses exerciam sobre a região, mas afirmar que TODOS os cidadãos tiveram seus direitos civis, sociais e políticos garantidos é mascarar um fato histórico inquestionável.
Por fim, espero ter contribuído para retirar algumas dúvidas sobre o assunto. Apesar da complexidade do tema, a sua importância reside no fato de entendermos a nossa atual situação política e social. Pois o modelo de colonização que nos foi imposto resultou na nossa falta de estrutura para resolvermos os problemas básicos da população. Em outras palavras, a intensa exploração que o Brasil sofreu ao longo da história através do processo de colonização resultou na nossa atual constituição social totalmente desfavorável e precária.
Um grande abraço para todos os alunos da turma 8º ano A da Escola Professora Dinalva Maria de Souza.

2 comentários:

  1. eeu li todos os seus textos professor Moises ee gostei mt de td's eles obg'
    abraços
    by:Amanda Kellen
    "Uma de suas alunas no oitavo ano A, da Escola Estadual Professora Dinalva Maria de Souza"

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  2. Espero que tenha te auxiliado na realização da prova. Um grande abraço para ti e até breve. Bjs

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